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O mercúrio após a sua absorção, distribui-se por todos os tecidos do organismo mas predominantemente no fígado, rins, baço e tecido nervoso central (SNC).



O principal mecanismo de ação do mercúrio resulta da sua grande afinidade (mercúrio divalente) aos grupos tiol ou sulfidrilo das proteínas. As proteínas com estes grupos podem ser proteínas intracelulares, extracelulares e o facto de o grupo tiol ser responsável pela estrutura e função das proteínas não permite saber qual é exatamente o alvo deste metal. Assim, o mercúrio é responsável pela inativação de várias enzimas, de proteínas estruturais e de processos de transportes. Também se crê que este poluente altera a permeabilidade da membrana celular.

Este metal também possui a capacidade de se ligar a outros grupos, como os grupos amina e carboxilo, no entanto com menor preferência.



Muitos estudos estão a ser feitos no sentido de descobrir os mecanismos totais do mercúrio. Estuda-se a possibilidade do aumento do stress oxidativo, aumento da permeabilidade da barreira hemato-encefálica, interrupção da formação dos microtúbulos, interrupção da síntese proteica, interrupção da replicação do DNA e da atividade da DNA polimerase, impedimento da resposta imune e perturbações na homeostase do cálcio. Todas estas alterações podem ocorrer sozinhas ou em combinação. No entanto, os passos entre a ligação ao grupo tiol e a disfunção celular não estão bem compreendidos mas existem muitas teorias. Uma delas consiste na teoria de Conner e Flower (1993) que acredita que após a entrada do mercúrio ou do metilmercúrio na célula proximal do túbulo proximal, o ião reage com os compostos com o grupo tiol principalmente a glutationa e a metalotioneína. Esta interação provoca alterações na permeabilidade da membrana em relação aos iões cálcio e inibe a função mitocondrial. Através de mecanismos de sinalização desconhecidos causa sobre-expressão da metalotioneína, da glutationa, de várias enzimas dependentes da glutationa e de várias proteínas de stress.

O mercúrio também tem mostrado afetar a atividade microssomal enzimática do fígado.

Mecanismo de ação

[8,9]

Níveis de referência

Enquanto os compostos do mercúrio são depositados por vários locais num curto

período de tempo, o mercúrio elementar é capaz de persistir no ar por mais de quatro anos.
 

Foi em 2004 que a Food and Agriculture Organization of the United National (FAO) e a

WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA) estabeleceram 1,6mg/kg como uma

concentração segura de metilmercúrio, nesta concentração este metal não provoca

desordens neurológicas. Só em 2006 é que a JECFA considerou que esta concentração

não era segura para grávidas, podendo causar malformações no feto.
 

A agência de Proteção ambiental dos Estados Unidos recomenda que a concentração de mercúrio no sangue seja inferior a 5,8ng/mL para que não existam efeitos secundários.
 

A OMS considera que a concentração deste poluente deve ser inferior a 6 μg/g no cabelo. Já foi falado das amálgamas dentais enquanto fonte de libertação do mercúrio, considera-se que estes indivíduos libertam 4-5 μg/dia e verifica-se uma forte correlação entre a concentração de mercúrio no sangue e o número de amálgamas.
 

Apesar da informação e tentativas de alerta para este perigoso metal, facilmente se encontram populações com elevada exposição ao mercúrio e que deste modo apresentam concentrações de mercúrio que excedem bastante estes valores recomendados.

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